terça-feira, 10 de maio de 2011

Janela d'alma

Os nossos fantasmas às vezes aparecem; convidados inoportunos do passado, teimando em prosa velha, criando-nos por vezes uma doce ilusão de que aprendemos a ter controle de algo. Amarga hipocrisia.
Sento-me à mesa perto desta velha janela, olhando para todas as coisas, tudo parece mais próximo de mim e imagino se há alguém noutra janela pensando a mesma coisa de modo que talvez, espiritualmente nosso mundo se encontre. Não sei se faço isso porque sinto-me só neste mundo, ou porque vivo em um mundo tão particularmente meu, entre tantos.
Mas é com a amante idéia dessa outra janela, que inundo meu coração de esperança para que não seja nenhuma destas hipóteses e eu não esteja de fato assim tão só.
E o que ouves de lá?
Como é a luz que pode enxergar?
Qual o seu tom predileto dentre todos os verdes que pode ver dela?
Se desejarmos profundamente será que poderemos nos enxergar através dos cheiros, dos ventos, do tempo, até que nossas almas perdidas possam se encontrar neste caminho mágico e silencioso que ligaria tua janela a minha, até que se recompunham, tornando-se uma alma apenas como um dia devem ter sido.
Temo que a paisagem de minha janela esteja mudando. A cada dia torna-se mais difícil extrair dela algum sabor.
Por favor, me diga que está aí. Eu preciso vê-la e todo este seu mundo que de certo trará boas lembranças do meu. Não posso apenas acreditar em meu coração. Quando só, sente algo através dele não é o mesmo que acreditar apenas numa lembrança?
Eu te peço perdão por ainda ter esperanças de que você as tem também. Que me imagina, e que verdadeiramente da sua janela me observa chegar.

2 comentários:

  1. Não consegui postar um comentário lá no clube do livro, então estou usando este espaço. Não deu pra ler o livro todo, li mais ou menos um terço; além do tema não ter me atraído muito, estou com a cabeça em vários lugares e em nenhum. Te peço desculpas e espero poder colaborar no próximo. Até mais.

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  2. Dizem que um livro deve nos cativar em um numero (que n me lembro qual) de páginas.
    Por vezes começamos a ler algo apenas por que está na lista dos mais vendidos ou nos venderam a ideia de que seria bom.
    Mas o livro é, mesmo que de longe um pouco de nós. Se de algum modo qquer nao nos encontramos nele, temo q n haja realmente como viajar por suas páginas. Não me deve desculpas alguma. Aqui é meu templo de liberdade. Nele, ninguém me prende, nem eu alguém.

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