Já falamos sobre isso antes, cada um em seus pensamentos,
cada família em suas reuniões de domingo ou mesmo aqui neste blog.
O assunto, após alguns já noticiados, tornou-se antigo por ser
conhecido, é a estatística e, ainda assim, sempre uma surpresa desagradável para
dizer o mínimo.
O que está acontecendo
com as crianças do séc. 21?
Isso tem a ver com o século
21?
E esse tal de “bulling”?
Ora, antigamente eram apenas briguinhas de escola?
Quando instalamos nossa TV paga pensei que não veria mais
estas coisas, que não acrescentam, desiludem qualquer boa ilusão e frustra a
nossa pequena percepção de futuro bom.
Mas só ligar o computador, indo atrás de novas mensagens,
boas novas de amigos etc. e tal e elas estão ali, estampadas naquilo que fica numa
tênue linha entre a informação pura e simples e a comercialização da notícia.
Dizia o jornal:
-... “Em São Paulo, na tarde desta quinta feira 22 de
setembro de 2011, um menino de dez anos de idade atira na professora e logo
após em si mesmo, vindo a falecer”...
Lembrei daquele tempo em que eu era criança, e que não me
dava conta de que aqueles apelidos todos seriam hoje o “bulling” e minha vida
era apenas um velho Balanço de madeira num grande Pé de Ameixas Amarelas... e
meus questionamentos se resumiam a:
-Quantas voltas dar na
corrente para que o balanço gire mais rápido depois?
- Posso tocar o céu se
conseguir chegar bem alto?
- e se eu pular com
ele em movimento?
E entre tantas coisas que gostaria de escrever agora, “linkando”
isso com o aumento do poder de compra quem sabe, e/ou os novos problemas do
século 21, o que mais quero saber, é onde estava o Balanço deste menino.
É que quando penso no majestoso Pé de Ameixas Amarelas, com
aquele Balanço de longas correntes que pendiam do galho mais alto, a lembrança
mais fácil, pura, simples e mágica que tenho é de uma brincadeira de criança.
Não é que não houvesse preocupações, mas passar boa parte do
tempo de baixo daquela imensa árvore, a sombra de sua copa, brincando de Balanço,
ofuscou a falta de dinheiro, de passeios culturais, de um quarto onde só
haveria minhas bonecas.
-Ah, espera um pouco,
fechar os olhos para os infortúnios da vida? Esconder de seus filhos que eles existem? É claro que não sou a
favor disso.
Entretanto, hoje tenho muito mais maturidade e estrutura
emocional para lidar com todos os problemas que já existiam desde aquela época.
Mas quando eu era criança, foi muito bom ter um Balanço, uma
sombra e o Pé de Ameixas Amarelas. Eu não precisava de muito mais. Afinal, era
apenas uma menina, a procura de uma nova brincadeira.
Hoje, já adulta, quando olho para minha árvore ainda
pequena, crescendo timidamente a cada momento, sonho com o dia em que ela já for
tão grande e forte quanto o Pé de Ameixas Amarelas e, assim poder ensinar meu
bebe quando ele estiver maior para isso, como são boas as brincadeiras de Balanço,
porque infância deveria ser apenas isso.
É anjo meu , se tem uma coisa boa que podemos ensinar aos nossos filhos é a valorizar aquele cantinho especial que é só nosso, onde somos imbatíveis, pois todos precisamos ter o nosso balanço, seja ele o que for e onde for, nosso universo na casca de nóz.
ResponderExcluirAcho sinceramente que falta aos pais ensinarem bons valores, terem bons costumes... e isso se começa muito antes do nascimento!!
ResponderExcluirPassei por aqui tb!! rs
Bjs
Amei Josi. Belissimia crônica capaz de desafogar muitos dos pensamentos que sobrecarregam a nossa mente! Uma árvore de ameixas amarelas também marcou muito minha infância, com longas tardes dependurada nos galhos, comendo cada uma que via pela frente, uma mais saborosa que a outra e sem nenhuma preocupação na mente, sem medo da altura em que me encontrava do chão. Acho que falta mesmo essas sensações simples, porém essenciais para um bom desenvolvimento. Abraços e vê se volta a escrever!
ResponderExcluirGostei mto....e era mesmo assim.Um tempo que nem existia certas palavras,e nem certos conceitos.
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