A obra é simples se determinada por uma frase.
O diferente nela é indubitavelmente a maneira como contada. Eça de Queiroz não poupa palavras na descrição de sentimentos, objetos e lugares. Mas o faz de modo apaixonante, sem precisar colocar o romance de um casal no meio da história, coisa corriqueira, já que o universo lúdico sempre traz estas propostas.
Frei Genebro é um homen de Deus como quase nunca se ve. Devoto e temente.
Aprecio a parte pequenina que diz: “A sua penitência, durante
vinte anos de claustro, fora tão dura e alta que já não temia o
tentador; agora, só com o sacudir da manga do hábito,
rechaçava as tentações, as mais pavorosas ou as mais
deliciosas, como se fossem apenas moscas inoportunas”.
O que seriam “as mais deliciosas tentações” para Frei Genebro?
Comida, afora suas poucas ervas?
Uma amiga da adolescencia da qual gostara e vez ou outra pede que lhe escreva? – vê o lúdico do qual falava acima insistentemente entrando em ação, rsrsrs -.
O cançasso pela oração durante o claustro?
Se me perguntasse quais seriam as minhas deliciosas tentações, provavelmente teria muitas respostas, mesmo tentando viver num bom caminho, meus atos desagradam a muitos, já nem sei se é o que falo ou, se porque falo.
Óh Deus, sim. Minhas tentações poderiam ser diversas talvez, mas com certeza o que eu temo mais é ser a deliciosa tentação de alguém. Frei ou não. E assim, ter de ser expulsa como uma mosca inoportuna qualquer. Com o silencio do ser tentado em troca.
Dizem haver na história de Frei Genebro duas morais: Em uma primeira as más ações que cometemos sem nos dar conta de que assim sejam, e que podem trazer consequencias muito negativas.A segunda, de que não seriam as boas ações as mais importantes de fato, mas sim que não sejam cometidas más ações.
Link para texto na íntegra:
Muito gostoso de se ler, leve. Explorou um pequeno trecho que passaria desapercebido pra muitos leitores.
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