Quando eu era mais nova, em minha adolescencia, adorava brincar de inventar poesias em cima daquelas que eram minhas favoritas, de autores que gostava.
Abaixo, uma destas brincadeiras.
Que o sentimento do mundo corra em minhas veias e sopre em minh'alma
porque metade de mim é razão e a outra metade palpita em meu ser
Que tudo que seja efemero morra a cada dia
o que sobrar disso eu levo pelo infinito
porque metade de mim é ilusão e a outra metade - que seja - Deus
Que aquilo que é simples seja ao menos perfeito e o que for complicado se desfaça
porque metade de mim - minhas mãos -
E a outra metade toda vontade de sonhar
Que o amanhecer traga consigo a razão de um novo dia
O entardecer a certeza e que vivo
porque metade de mim é luz e a outra metade esperança
Que eu não crie dentro de mim espaços
que crie portas porque metade de mim é o que eu sou e a outra metade é projeção
do que quero ser
Que eu não seja este hoje
suspirando por ontem
desejando o amanhã
porque metade de mim e presente e a outra metade sem limite no tempo
Que eu não diga: o mundo é belo e a vida rápida
porque metade de mim é o que não vejo e a outra metade limitações
Que na vida eu trave cada bom combate sem limites de tempo ou idade
porque metade de mim é mistério e a outra metade milagre
E por fim que eu viva com entusiasmo cada dia
Me deslumbre diante das imagens, paisagens, passagens
Sinta alegria por minhas batalhas
porque metade de mim é o que disseram ser
a outra metade, uma velha amiga
E por início - como tudo tem de ter -
que eu não seja uma oração que tarda
porque metade de mim é caminho e a a outra metade se faz ao andar
É baseado em algum poema de Cecília Meireles?
ResponderExcluirÉ isso aí garota.. em um de seus poemas "pós religião"
ResponderExcluir