quarta-feira, 2 de março de 2011

Da cor que eu mais gosto...

Já é tarde... não é noite, mas o dia já se foi. O céu tem agora minha cor preferida. O cinza como um impetuoso outono, invade a primavera... O mais lindo dos cinzas. De um lado o sol está se pondo e vejo camadas de vários laranjas, vermelhos e amarelos separados por listras  horizontais de  nuvens. Do outro lado atrás das casas próximas de minha janela, meu ponto de fuga é um horizonte que ainda consigo enxergar, o clima favorece e me traz um vento razoável forte que não me faz tremer de frio, tenho apenas pequenos arrepios passeando em meu corpo, aguçando os sentidos, minha visão, olfato, tato  estão como nunca... e ouço algo que perco a prática a cada dia, talvez por que não ouça há tempos: Silêncio...arrepios daqueles gostosos como um dia inteiro esperando o encontro com a paixão adolescente, momento este eternizado pela memória, mas que quando se está lá, o que mais se quer é crescer. Ao longe, pequenas fazendas da região há pouco tão verdes vivas, tornaram-se musgo e ao fundo arvores transmitem agora uma sombra mais escura, me faz querer estar lá, correr por ali. Percebo algumas poucas luzes insistindo em clarear o que ainda não é tão obscuro. Nuvens pesadas parecem apressadas em fugir para outro lugar,  mais acima tantas outras paradas como se esperassem algumas amigas desesperadas passarem por  elas, podendo então aproximarem da terra tomando o lugar entre o céu e eu. Perfeito! Melhor clima, melhores cores, melhores cheiros e ares e é aqui que me escondo: neste momento que se transforma em meu mundo e por alguns instantes eu não tenho nada para esquecer por que não tenho nenhuma lembrança. Inspiro o vento que me arrepia e penso: _ é o meu mundo,  meu momento e nele trago você comigo sempre!  -a  iluminação automática da rua acende- Como dura pouco!

Nenhum comentário:

Postar um comentário